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2019-03-12 - CORAÇÕES QUE ARDEM

19. 03. 20
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“Eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entresi de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que não o conhecessem.” Lucas 24:13-16.

Emaús ficava a cerca de 11km de distância de Jerusalém. A cidade de Jerusalém estava aquele alvoroço. O Messias estava em questionamento ainda por causa da crucificação e morte de Jesus. A esperança de um libertador de Israel havia sido frustrada. O que fazer?

Cléopas discutia, justamente isso com um companheiro quando Jesus se aproxima e pergunta: “Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando a medida que caminhais?”. Eu posso imaginar a cara de aborrecimento, tristeza e revolta misturados que os homens fizeram pela desinformação do “desconhecido”. “ És o único que não sabes o que está acontecendo nessa região, mataram Jesus, varão poderoso em obras e em palavras”.

O que mais chama atenção é que eles, sendo discípulos, tendo convivido com Ele, não O reconheceram. Por que demoraram tanto? Porque estavam amedrontados, aflitos, descrentes, preocupados, sem esperança. A crucificação havia acabado com a fé deles. A esperança do Messias Salvador havia ido como uma fumaça. Eles foram capazes de descrever tudo o que aconteceu nos últimos dias em Jerusalém, mas seu coração estava endurecido. Era como se fosse uma estória antiga, um engano. Se Jesus fosse mesmo o Messias teria vencido a morte. E Jesus repreende os dois: “Néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Por ventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E Jesus lhes contou sobre as Escrituras”. Lucas 24:25-27.

E o coração dos dois começa a arder pela autoridade de Jesus, pela verdade da palavra.

Tem uma música muito antiga da Banda Voz da Verdade (que eu amo) que diz: “Por isso o meu coração ardia; quando Ele falava era o céu em mim...”

Ah! Quando Ele fala... Quando Ele fala nosso coração precisa arder... o céu precisa descer...

Ao ouvir as palavras de Jesus os discípulos se acalmaram, seus corações descansaram, sentiram paz e segurança. Convidaram Jesus: “Fica conosco” – Lc. 24:29. E Ele aceita ficar e não só isso, mas ceia com eles; e quando abençoa o pão e divide com eles, seus olhos abrem.

Ansiedade gera incredulidade. Incredulidade gera ansiedade. Quando estamos nestes estados é impossível enxergarmos a presença de Jesus, acreditarmos em sua providência. Os discípulos, mesmo conversando com Jesus não o reconheceram; apenas quando ouviram suas palavras, viram suas marcas e ceiaram com Ele. No ouvir a Palavra seus corações foram transformados. Não existem outra maneira de se alcançar a salvação.

É possível que muito de nós mesmo tendo diálogo com Jesus não O reconheça. Isso é assustador, mas acontece. Foi o caso do jovem rico, descrito em Marcos 10:17-22. Ele ouviu Jesus, mas negou a segui-lo porque o coração era avarento. O amor às riquezas era maior que o amor por Jesus. Triste. Os discípulos em Emaús, ouviram a Jesus e disseram: “Fica conosco”. Eles convidaram Jesus a cear não apenas à mesa deles, mas para fazer morada em seus corações. Essa é a escolha que Deus quer de nós, que convidemos Jesus a morar em nós.